Contos De Criptas

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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Dormindo Sozinha


Linda acordou com o telefone tocando na sala. Olhou em volta e notou que já era noite e 
pensou que estava atrasada, mas olhou no relógio e viu que ainda tinha muito tempo para
 chegar ao trabalho. Levantou-se da cama e foi olhar se a pessoa que ligou deixou 
mensagem. Ao sair do quarto viu sua filha Karen desenhando na frente da televisão.

– Oi mamãe. – Gritou a menina correndo em direção à mãe.

Karen era uma menina muito amorosa e dedicada, desde que o pai morreu, ela tem tomado
 conta da mãe da melhor maneira possível. Apesar de ainda ter 11 anos era muito madura e apesar da vida dura que levava sempre estava contente.

– Você atendeu o telefone? Quem era?

– A babá, disse que não pode vir hoje, pois esta doente. – Respondeu a menina.

Linda franziu a testa com ar de preocupação, ela não podia faltar ao trabalho, pois o dinheiro
 já era curto e perder um dia de trabalho no bar onde trabalhava significaria mais dividas.

– Não tem problema, eu posso ficar em casa sozinha por hoje mãe, aliás, o Predador está 
aqui para me proteger. – Disse Karen olhando para o pastor alemão deitado no sofá.

– Tudo bem, qualquer coisa estranha você pode me ligar no bar e eu venho pra casa
 correndo. – Respondeu a mãe preocupada.


Algumas horas depois Karen se preparava para dormir, verificou todas as janelas da casa e
 viu que uma das janelas do sótão fechava mais não trancava, pois o pino estava 
quebrado. Não deu muita importância, trancou a porta do sótão e foi para o quarto.

Ela entrou no quarto e chamou Predador que veio imediatamente e deitou-se de baixo 
da cama como de costume. Depois que havia deitado, Karen colocou a mão de baixo da cama para o cachorro lamber. Isso era como um ritual noturno que ela fazia para se sentir mais
 segura.

No meio da noite Karen acordou com um barulho de água pingando. O barulho parecia que
 vinha do banheiro que ficava perto do quarto. Ela ficou com medo, pois esse barulho não
 estava lá quando ela foi dormir. Colocou a mão de baixo da cama e sentiu a lambida do 
cachorro, sentindo-se mais segura voltou a dormir.

Algum tempo depois a garota voltou a acordar com o mesmo barulho e colocou a mão 
embaixo da cama para o cachorro lamber outra vez, porém não sentiu nada.

– 'Predador!' – Sussurrou. – 'Predador!' – Sussurrou uma vez mais.

O cachorro não respondeu com a lambida. Preocupada e com medo ela olhou embaixo da
 cama que estava vazia. Seu corpo estremeceu, por um momento pensou em cobrir a cabeça
 e ficar ali, mas decidiu ir atrás do seu cachorro.

Decidiu ir primeiro ao banheiro de onde o barulho vinha. Andou lentamente com passos
 pequenos em direção ao banheiro e quando chegou à porta não pode conter o grito de terror,
 pois a imagem era brutal. O banheiro estava todo ensanguentado, o cachorro pendurado pelo pescoço com a mangueira do chuveiro na parte metálica do box, seu corpo cortado de uma extremidade a outra e seu sangue pingava no chão. Karen gritou outra vez, mas o grito foi
 abafado por uma mão enquanto lia no espelho a frase. “Humanos também sabem lamber”.


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