Contos De Criptas

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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Um Duro Dia de Trabalho


Normalmente, meu pai chegaria depois de um dia duro de trabalho na casa de matadouro, cozinharia um ovo para ele e deitaria na cama. Mas hoje ele chegou um pouco mais tarde. Ele chegou em casa comumente, vestindo seu uniforme de trabalho, um avental de couro com pingos de sangue e resíduos de seja lá em que ele passou a lâmina hoje . Não dei muita atenção quando ele apareceu na sala, somente perguntei, educada, se ele queria que eu lhe preparasse o de sempre, mas ele apenas grunhiu e acendeu um cigarro. Alguma coisa não estava normal em suas atitudes, no entanto encarei isso como um cansaço devido ao dia duro no matadouro.

"Então... quer ovo ou não?"

"Não, deixa comigo." ele respondeu um pouco rouco e foi para a cozinha.

Alguns minutos depois ele me chamou: "Eu queria conversar com você."

Sentei ao lado dele. A lâmpada estava fraca e eu mal podia distinguir seu rosto através de toda aquela fumaça de cigarro e da touca que era de uso obrigatório para todos os funcionários.

"Tenho uma notícia ruim." ele disse.

"O que?"

"Houve um acidente hoje no matadouro e eu posso não ser mais bem-vindo por lá."

"Você foi demitido?"

"Quase isso, de qualquer forma, parece que o ovo já está pronto... pode por ele em um prato para mim?"

"Claro." Fui para a cozinha e estava prestes a por o ovo em um prato, quando o telefone tocou.

"Alô?!"

"Filho! Não abra a porta para ninguém, ele ficou louco e matou todo mundo! Eu corri para os fundos bem na hora, por favor, tenha cuidado."

A chamada caiu depois que o homem de avental arrancou o fio da minha mão. O brilho maníaco em seu olhar foi a última coisa que eu vi antes de ele enfiar uma faca em meu peito.



Fonte: Predomínio do Terror  (adaptada)

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